Os métodos contraceptivos artificiais são formas não-naturais de evitar uma gravidez. Existem vários métodos barreira, mas, actualmente, dois são considerados eficazes para evitar uma gravidez: o preservativo e o DIU (Dispositivo Intra-Uterino):
Métodos Contraceptivos Artificiais: Reversíveis de Barreira | |
Preservativo | DIU |
Dispositivo feito de borracha muito fina (látex) que se coloca no pénis quando este se encontra erecto. Após a ejaculação, o sémen fica retido no reservatório da extremidade do preservativo, impedindo que seja depositado na vagina. | Dispositivo feito de cobre ou plástico. Pode ter diversas formas. Só pode colocado por um médico e é inserido no útero, através da vagina, impedindo que ocorra a fecundação. |
Vantagens: impede a fecundação e é o único método que evita contágio das doenças sexualmente transmissíveis | Vantagens: é muito eficaz e pode durar de 3 a 5 anos. |
Desvantagens: tem de ser colocado com o pénis erecto antes de existir o contacto genital. | Desvantagens: não protege contra as DST. Só pode ser colocado por um médico e tem que ser verificado por um ginecologista pelo menos 2 vezes por ano. Pode aumentar o fluxo e as dores durante o período menstrual. |
Já a contracepção hormonal baseia-se na administração de hormonas sintéticas que impedem a ovulação. Não havendo a produção de óvulos é impossível haver fecundação e, consequentemente, não há gravidez. Estas hormonas devem ser prescritas pelo médico, pois existem algumas contra-indicações e vários tipos de combinações hormonais, com diferentes dosagens, que podem ser administradas de várias maneiras: por via oral – pílula; por via cutânea – adesivo contraceptivo; por implantação sob a pele – implante intradérmico; ou por colocação de um dispositivo dentro da vagina – anel vaginal.
Métodos Contraceptivos Artificiais: Reversíveis Hormonais | |
Pílula | Adesivo Contraceptivo |
Na maioria dos casos, toma-se durante 21 dias e suspende-se durante 7, durante os quais aparece a menstruação. Pode tomar-se também durante os 28 dias seguidos, sendo que, a partir do 21º, os comprimidos ingeridos são placebos, ou seja, não têm efeito – este tipo de pílulas são administradas a pessoas que se possam esquecer de as tomar e, para não interromper o ciclo, decidem tomar durante os 28 dias. | Adesivo que liberta hormonas através da pele. Coloca-se o adesivo durante três semanas e à quarta semana aparece a menstruação. |
Vantagens: maior taxa de sucesso dos contraceptivos hormonais. Regulariza os ciclos menstruais. | Vantagens: elevada taxa de sucesso. Evita a toma diária de um comprimido (pílula). |
Desvantagens: tem que ser tomada diariamente – e se isto não acontecer pode perder o efeito e é possível engravidar – e não protege contra as DST. | Desvantagens: tem que ser colocado diariamente – e se isto não acontecer pode dar-se uma gravidez – e não protege contra as DST. |
Implante Intradérmico | Anel Vaginal |
O médico coloca, com uma seringa, debaixo da pele, um pequeno bastonete que vai libertando lentamente as hormonas. Ao fim de alguns meses, a menstruação desaparece. | Pequeno anel de plástico flexível que é introduzido no fundo da vagina durante três semanas, durante as quais vai libertando hormonas. Depois de, ao fim das três semanas, ser retirado, aparece o período. |
Vantagens: elevada taxa de sucesso, dura cerca de 3 anos e evita a toma diária de um comprimido. A menstruação voltará quando forem retirados os implantes. | Vantagens: elevada taxa de sucesso. Regulariza os ciclos menstruais. Evita o esquecimento da toma do comprimido (pílula) e pode ser retirado durante o acto sexual, se assim se pretender. |
Desvantagens: não protege contras as DST. Pode tornar-se incómodo. | Desvantagens: não protege contra as DST. |
Doenças Sexualmente Transmissíveis
O ser humano convive diariamente com milhões de microrganismos: vírus, bactérias e fungos, que se encontram no ar, na terra, na água e até dentro do nosso corpo. A maioria desses seres microscópicos não nos afecta e alguns são mesmo essenciais para o funcionamento do organismo, como é o caso dos que habitam no intestino. No entanto, alguns microrganismos podem causar infecções ao Homem: umas ligeiras, outras graves e contagiosas.
Algumas dessas infecções transmitem-se sobretudo por contacto sexual entre uma pessoa infectada e uma pessoa sã, denominando-se Doenças Sexualmente Transmissíveis. AS DST constituem um problema grave de saúde pública: a OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que surjam anualmente 340 milhões de casos de DST.
Existem DST que podem dar origem a problemas de saúde graves, como a infertilidade e o cancro anogenital (ânus/pénis/vagina), além de poderem causar parto prematuro, doenças no recém-nascido ou a morte do feto, quando a mulher infectada está grávida.
Algumas DST atingem, principalmente, as vias genitais do sistema reprodutor, são de diagnóstico mais fácil, pois apresentam-se fisicamente mais rápido, e são curáveis. Mas existem também DST que afectam outros sistemas que não o sistema reprodutor. Por exemplo, os vírus da Hepatite B (VHB) e da SIDA (HIV), que se transmitem através de contactos com o sangue e/ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, bem como a Sífilis e a Gonorreia, que podem levar à infertilidade, a doenças crónicas, à malformação de um feto e até à morte. Estas são controláveis mas incuráveis, sendo que, por vezes, pode ter-se uma vida normal, embora o vírus permaneça no corpo; e, outras vezes, o destino acaba por ser mesmo a morte.
Infecções que atingem principalmente o Sistema Reprodutor | |||
Infecção | Sintomas | Consequências | Transmissão por contacto sexual e… |
Candidíase Candida albicans Fungo | Secreção vaginal intensa, comichão e ardor. No homem podem ou não manifestar-se sintomas. | Não tem consequências para a mulher. | Partilha de roupa interior, toalhas, etc. da mãe para o recém-nascido durante o parto, infectando boca e/ou olhos. |
Herpes Genital Herpes Simplex Vírus | Feridas e úlceras nos órgãos genitais externos. | Aumenta o risco de cancro do colo do útero. | Da mãe para o recém-nascido durante o parto. |
Uretrite e Cervicite Chlamydia trachomatis Bactéria | No homem, dor ao urinar e secreções com pus. Na mulher, dor ao urinar e durante as relações sexuais, secreções vaginais amareladas e com pus. | Infecção urinária na mulher e uretrite no homem. Infertilidade. | Partilha de roupa interior, toalhas, etc. |
Infecções que atingem todo o organismo | |||||
Infecção | Desenvolvimento da infecção | Sintomas | Consequências | Transmissão por contacto sexual e… | |
Gonorreia Neisseria Gonorrheae Bactéria | Infecção da uretra/ do colo do útero, do recto, da garganta e dos olhos. | Na mulher: inflamação do colo do útero e transtornos menstruais. No homem: uretrite com produção de uma secreção amarelada. | Esterilidade masculina e feminina. Inflamações. Complicações durante a gravidez. | Partilha de roupa interior, de toalhas, etc. Da mãe para o recém-nascido, durante o parto. | |
Hepatite B VHB Vírus | Infecção das células do fígado, causando lesões e o seu mau funcionamento. | Lesões hepáticas, cirrose, cancro do fígado. | Produz graves problemas no fígado. Pode causar a morte. | Sangue. Da mãe para o recém-nascido durante o parto e através do leite materno. | |
SIDA HIV Vírus | Destruição progressiva dos glóbulos brancos, causando o Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e outras doenças, que advêm da imunidade deficiente. | Anemia, febre, perda de peso, alterações imunitárias, etc. | Infecção generalizada e morte. . | Sangue. Placenta e leite materno. | |
Sífilis Treponema pallidum Bactéria | Infecção dos gânglios linfáticos que se propaga pelo organismo através do sangue. | Inicialmente, feridas genitais que não curam. Depois, lesões na pele e mucosas. | Lesões no Sistema Cardiovascular e Nervoso. Malformação ou morte do recém-nascido. | Placenta. Da mãe para o recém-nascido durante o parto |
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